Ultimamente meus sonhos renderiam bons roteiros de filmes, mesmo que fossem aqueles com propostas mais experimentais sem uma historinha fechada, apenas pelo valor estético, uma coisa meio Matthew Barney, por exemplo. E sempre nos sonhos aparece música, geralmente muito distorcidas por guitarras ou em melodias quase que beirando uma perfeição matemática. Mas, claro, que o maior peso mesmo são as imagens. Tudo se mistura no universo onírico do meu sono profundo: cores que fogem do que deve ser colorido, repetições de elementos, mudanças bruscas de espaço-tempo, diálogos nos idiomas que estudo, resquícios de infância, previsões do futuro, jantares com referências (artísticas), e muita, muita música.
Como da vez em que num sonho, estávamos eu e patrícia lá em Gravatá, bem na área de piscina que estava completamente cheia de vasos de cactos bem verdes e espinhosos, num dia nublado (eram tantos cactos que ocupavam até a piscina), mas não eram apenas os cactos, haviam centenas de patrícias e alguns diomedes que falavam o tempo todo e circulavam por toda a área: patrícias com vestidos azuis e bolinhas brancas e dios com camisas de flanela duma cor meio fraca e all stars (ambos usavam). e os verdadeiros (aquele que sonhava e aquela que ele tinha certeza que era ela) estavam confusos mas ao mesmo tempo adoravam a atmosfera. então, como numa supresa estavam todos num show, que parecia da banda Los Hermanos, e alguns clones estavam muito bêbados e começaram a falar muito mal do Marcelo Camelo (acredito que isso até o diomedes e a patrícia "originais" falariam) e uma confusão se instalou porque eles realmente insultavam o metido a "João Gilberto". e daí o resto é história.
Mas houveram outros sonhos, e haverão outros mais, baseados em canções, nos livros, nos filmes, misturando tudo, na família, nas paixões, nos lugares perdidos, nas horas jogadas, nas doenças curadas, nos pratos recusados. tudo com forte apelação para virar um filme "boring" de Godard ou uma bilheteria Multiplex. e seriam filmes de tantos outros que saíram dos sonhos alheios.
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