quinta-feira, março 17, 2011

Let England Shake e o estado de emergência


Eu realmente tenho uma inclinação pra músicos experientes! Todo artista, no começo de suas criações, é muito levado pela euforia, ansiedades, pressa, e tudo é novo, fascinante, explosivo. Basta lembrar de artistas como Björk, Thom Yorke, Chan Marshall...E isso não é ruim, o espaço pra criatividade é vasto, e percebe-se muito barulho, movimento, cores. Mas aí os anos passam, os conhecimentos se expandem, as relações com outros artistas também, e as visões e interpretações daquilo que chamam de real, transformam-se, e os artistas começam a dar um novo rumo aos seus trabalhos, sem perder uma identidade construída ao longo de anos (nesse caso, eu me refiro aos bons artistas, claro). Com a inglesa Polly Jean Harvey o processo foi o mesmo, aos 41 anos ela conseguiu criar um disco cheio de experimentações e sem perder os elementos que a caracterizam como uma artista de trabalho denso, rasgado e sempre soando novo. O Let England Shake é consistente, maduro, um reflexo da própria PJ.E esse trabalho automaticamente já me fez pensar que é o melhor disco de 2011 (desculpem Radiohead e Björk), mas esse álbum é visceral, um disco de GUERRA, exatamente isso, de Guerra! É como se o indivíduo estivesse numa guerra, sozinho, contra o mundo inteiro, e por mais que as investidas contra ele sejam pesadas, ele não recua, e continua no campo de batalha, munido apenas de suas lembranças e de sua TERRA! Mais confessional que isso e tendo relações com a minha vida, impossível! Comparado a ele, somente o Homogenic de Björk!

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