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Poster de 1978 |
Com o título original de "Harold and Maude", o filme foi lançado em 1971 nos Estados Unidos, destacando em suas narrativas muitos dos reflexos da sociedade americana na época, cujo país, governado por Nixon, se encontrava no auge da guerra vietnamita.
O roteito está centrado na história de seus protagonistas. Harold é um garoto de classe média alta, residente em São Francisco, cuja mãe superprotetora e moralista o enfadonha por diversas vezes, tornando-o um sujeito cheio de excentricidades; dentre elas a fixação por simulações de suicídio e temáticas fúnebres no melhor do humor negro. Para ele, sua vida é um tédio.
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Harold (Personagem de Bud Cort) |
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Maude (Ruth Gordon) |
Maude é o contrapeso, uma senhora prestes a completar 80 anos, estrangeira, amante das artes, dos cheiros, das cores e com uma vontade excessiva de viver, reafirmada nas suas idas a funerais de anônimos. E é num desses eventos distintos, apreciados também pelo rapaz, que Harold e Maude se conhecem.
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O encontro |
A partir de então, a amizade desses dois sujeitos tão opostos vai tomando formas e sentidos maiores, a culminar na máxima dos sentimentos afetivos, unindo-os em suas vontades de contra-corrente.
A temática proposta pelo filme é bem desenvolvida ao longo de sua projeção, disposta a nos apresentar o esvaziamento de sentido da juventude da época, alienada e pessimista (representada na figura de Harold), diante de uma guerra sem perspectivas, quando as razões de ser do conflito se perdiam em explicações difusas.
Neste momento, surge Maude (interpretada fabulosamente por Ruth Gordon), uma antítese de Harold. A partir de uma amizade sincera, colorida pela belíssima trilha sonora do cantor "pós hippie" Cat Stevens, Maude irá apresentar ao personagem entediado as ricas possibilidades de uma vida, experimentadas por uma personagem que vivera os horrores da segunda guerra, e desde então tem buscado respostas e sentidos a cada nascer do dia.
O filme exibe diversas passagens humoradas, banhadas em críticas à sociedade da época, militarista com Nixon e moralista na figura do papa João VI. Destaque para as cenas das consultas de Harold, suas simulações de suicídio e o clássico episódio da árvore.
Sem grandes sucessos de bilheterias na época, o filme atualmente é uma sensação das rodinhas cult; talvez por sua trilha sonora, ou pelas referências às paisagens de uma São Francisco da década de 1970 (onde fãs do filme ainda visitam as locações), ou ainda das atuações primorosas de Ruth Gordon (O Bebê de Rosemary) e Bud Cort.
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Capa do disco com a trilha sonora |
Cultuada ou não, esta obra conseguiu por muito a minha simpatia há quase 10 anos atrás, sendo até hoje um dos meus favoritos da lista e sempre inspirador.
Achei esse trailer, acompanhado de uma música da trilha, por Cat Stevens! Muito bom!
P.S. Dedico essa postagem à Renatinha que também é fã desse filme!