Definição redondinha, da nova mãe do conhecimento enciclopédico digital e dos amantes da pesquisa barata, Wikipedia.
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Representação do "Thanksgiving day", símbolo da legítima "amizade" (muitas aspas) entre povos no Novo Mundo |
Sem a intenção de encerrar num conceito, o enunciado das primeiras linhas do referido artigo nem escapa, num primeiro instante, de uma concepção compartilhada por muitos.
Que o termo "amigo" encontra desdobramentos no latino "amore", disso qualquer estudante já estaria farto de saber (vide as aulas sobre literatura "arcaica" portuguesa e as velhas canções de amigo tão recorrentes na corte).
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D'Artagnan e os Três Mosqueteiros por Maurice Leloir (Máxima do símbolo de amizade na ficção) |
Relação afetiva? Decerto que sim. A amizade pressupõe uma aproximação, experiências compartilhadas, correspondência, atitudes recíprocas quase que pré-determinadas pela sociedade. Mas nem sempre!
Por vezes ouço pessoas comentarem: "Preciso de mais amigos!"; porém, numa rápida reflexão, será que essa necessidade não precisa ser revista? Multiplicações e adições? 900 "amigos" no facebook? Humanamente impossível.
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O já clássico "Thelma and Louise" (1991) |
Ao invés de considerar o verbo "fazer", associado à amizade, que assume um caráter de exercício, quase de ofício, de obrigação social e trabalho, prefiro pensar amizade como o espontâneo, onde o sujeito nunca consegue explicar quando aquela relação começou e por que. Amizade, no seu sentido mais maiúsculo, é menos uma prática que um impulso da natureza. Então, quanto amigos você "fez" na festa de ontem?
Não há moldes ou encaixes para amigos (assim como também não deveria existir para qualquer relação a envolver afeto). A fórmula do "mudar para agradar" recai na mesma história do ofício, da obrigação para se ter alguém do lado, e isso, nem a milhas pode ser considerado amizade.
Assim como qualquer relação, a vivência "entre amigos" é revestida dos chamados defeitos, manias, contratempos, desentendimentos, preconceitos e tantas outras condições que considero mais humanas do que faltas graves ou absurdos, previsivelmente passíveis a mudanças.
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Um "Thanksgiving" mais sincero do Charlie Brown |
Longe de qualquer conselho de auto ajuda, não há chave para o sucesso na amizade. Assim como qualquer fenômeno natural, ele se transforma, evolui, se expande, se retrai, rejeita, aproxima. Porém, quando de fato se trata de amigos, a natureza sempre tende a sustentar, livre de rotinas e mesmo com distâncias (físicas ou temporais). É por isso que não acredito na palavra "ex-amigo". Aliás, esse prefixo "ex" não se encaixa sinceramente em nada!
Mais o "estar" que o "ter" amigos, experiência primeira estimulante, que revigora esses indivíduos, longe de conseguirem manter a solidão.
(dedico essa postagem aos meus amigos, que não precisam do acompanhamento "verdadeiros" ou "melhores" e também aos futuros que possam surgir na espontaneidade)
Um comentário:
Cada vez mais orgulhosa da nossa amizade de um pouco mais de um ano, que de tão sincera e até infantil, faz com que tantos pensem que somos amigos desde a infância.
Um sincero eu te amo, também cai bem :)
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