doutor: diga seu problema.
ele: doutor, estou com cólicas sucessivas, um aperto, parece que as tripas se enrolam, parece que abrem minha barriga no meio e começam a brincar com o intestino, e sempre quero vomitar e não consigo...será gases doutor? mas passei dos limites com remédios do pai que resolvem isso e até agora nada...
doutor: melhor fazer uma endoscopia.
ele: o exame dque deixa você leso?
doutor: aqui estão os documentos necessários, e não se aborreça com o plano de saúde, pois você acaba em maus planos.
(na outra aurora)
doutor: seu caso mesmo é de uma gastrite moderada.
ele: moderada, então é fraca.
doutor: já é, como se chama no interior, carne-viva
ele: então o problema mesmo é no estômago?
doutor: sim, mas se não cuidar, se alastra pelo aparelho digestivo.
ele: me falaram de uma tal bactéria...
doutor: mas no seu caso ela não se manifestou...me diga uma coisa...como anda a vida
ele: (quer mesmo que eu responda?) em que sentido o senhor pergunta?
doutor: anda de bem com a vida? amigos? estudos? trabalho? vida amorosa?
ele: (sei responder não) - pausa - "normal" (disse sem gosto, insosso)
doutor: faça exercício, tome esse papel, não coma o que é proibido e saiba deitar na cama.
ele: (médicos hoje só querem encher fila mesmo) ok doutor, obrigado.
miserável, pra tentar curar feridinha de nada numa víscera inútil, mexe em feridas mais profundas...e agora? pra isso não tem desse remédio que se eu for nessa tal farmácia sai mais em conta. vou deixar de comer, vou voltar ao tédio de academia, mas e aí? se a alma anda cansada e luxenta não há saúde de monge que resolva. e eu que achei que fosse uma glândula perto do pâncreas que mexia com os sentimentos.... só falta agora cair uma chuva para adicionar a essa dor dos infernos...nunca quis tanto como hoje vomitar, os meus anseios, angústias, o estar só de minha pessoa, mas ele reprime, segura e toma as dores para si, e remoi, corroendo, destruindo, sendo mais potente que qualquer neurotransmissor...vou tomar um café, não quero saber!

segunda-feira, julho 31, 2006
prometo que é a última vez
confesso que sempre utilizo metáforas com o corpo humano para descrever situações externas, mas, relendo o que vinha escrevendo percebi que os textos estavam muito grosseiros e que, hoje, eles não mais tem sentido; mas também não significa que irei descartá-los, apenas vou apreciá-los de longe, como algo arquivado e prometo, mesmo, (ou pelo menos vou tentar) fazer com que esse seja o último texto sobre a relação explícita da fisiologia humana + ambiente em que o ser insere-se.
pois bem, depois de todo esse discurso, vamos às palavras, que já latejam na minha cabeça como um aneurisma...
pois bem, depois de todo esse discurso, vamos às palavras, que já latejam na minha cabeça como um aneurisma...
sexta-feira, julho 28, 2006
eu tenho medo da censura o.O

Ocidentalismos à parte, mais um filme do Almodóvar que gostei, aliás, não lembro dos que eu vi de não ter gostado de algum...preciso também vasculhar melhor a trilha do filme e ainda há muito desse espanhol para ser visto, mas deixemos que os filmes batam na minha porta ;)
(ah sim, a capa original tem mesmo conotação sexual, o correto são dois corpos colados e unidos por...algo)!!!
é...
Longe das aldeias, longe das casas
Ouvimos cantar todas as fontes
E na solidão dos velhos montes
Beijamos as águas dos ribeiros
Mas de tudo já esqueceste
Neste mundo tudo muda
Agora estou triste e sozinho
Nesta cidade escura e fria
Onde a vida é uma agonia
Minha vida
Vida
Ouvimos cantar todas as fontes
E na solidão dos velhos montes
Beijamos as águas dos ribeiros
Mas de tudo já esqueceste
Neste mundo tudo muda
Agora estou triste e sozinho
Nesta cidade escura e fria
Onde a vida é uma agonia
Minha vida
Vida
guardei
"Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que às vezes se extasia como diante do fogos de artifício. Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, silêncio" (Clarice)
quinta-feira, julho 27, 2006
definitivamente....
hoje estou excessivamente romântico, meloso, batendo nas coisas feito aluado e olhando pro alto...
ainda bem que não tem ninguém por perto agora pra não se encher com todo esse mel
e ainda ouvindo canções bregas em japonês...
:)
ainda bem que não tem ninguém por perto agora pra não se encher com todo esse mel
e ainda ouvindo canções bregas em japonês...
:)
eu quero...
queria alguém para cantar as canções em japonês comigo...queria que fosse você...você pode me achar imaturo, infantil...mas o que quero mesmo é ainda preservar algo...desculpa por todo o meu sentimentalismo barato..........
e se....
eu tivesse escolhido um outro caminho há 3 anos atrás?
que cenário teria criado?
se nunca pensasse em encarar a cidade?
acho que um dia ainda me encontro com o outro "eu"
e vamos conversar por horas, dividir nossas histórias
e nos enxergar em nossas almas
(baseado nos pensamentos de um personagem com frustrações de escolhas feitas em sua vida num período de 10 anos)
que cenário teria criado?
se nunca pensasse em encarar a cidade?
acho que um dia ainda me encontro com o outro "eu"
e vamos conversar por horas, dividir nossas histórias
e nos enxergar em nossas almas
(baseado nos pensamentos de um personagem com frustrações de escolhas feitas em sua vida num período de 10 anos)
só para constar por aqui
eu estava dormindo (sério mesmo, estava), mas o telefone dessas mães que perdem tempo monitorando os filhos que vão para as noitadas e não ligam para o trabalho do dia seguinte.... acabou me acordando. e nesse curto espaço de tempo que estava entre os lençóis eu sonhei, dessa vez não mais com perseguições, tiros, mortes. sonhei que estava em um castelo, grande, cheio de salas, ambientes, galerias, e em cada um desses cômodos eu assistia à origem de seres mitológicos e de fábulas infantis. lembro muito bem de um, onde uma mulher com aparência melancólica e longos cabelos em chama fitava o mar de uma sacada que se misturava com as pedras e que quando me distraí e voltei a mirar meus olhos em sua direção ela já estava entre o sal da água, e nadava aos poucos em direção ao fundo, com a cauda do vestido tomando a forma de uma barbatana....mas o telefone me acordou, quebrou tudo e ainda por cima estou chato agora, e me achando um gordo e feio e sem capacidades. acho que vou tomar algo...
não cava
há momentos em que morremos temporariamente: momentos que nos fazem sentir inúteis: em que ficaremos pra trás: que permaneceremos sozinho: são mortes esporádicas, mas mortes eternas, morre-se e renasce, mas com muitas forças já perdidas. sinto que morri hoje, por me sentir um grão, por me sentir ponto.
terça-feira, julho 25, 2006
diálogos
di: sabe qual a única coisa que me dá certeza?
pa: o que?
di: a música..eu sei que mesmo se eu estiver na merda mais fedida ela sempre vai estar comigo tentando dar algum conforto
pa: é mesmo
di: e eu sempre senti isso, na verdade é o que sempre vou acabar acreditando
pa: hmmmm
(na minha mente)
di: quem sabe...mas mesmo que não...eu sei que eles (os trovadores) vão sempre irritar meus ouvidos e o resto todo.
(o id falando)
id: tu não sabe? frustrado...é...o que você mais quer em vida...
pa: o que?
di: a música..eu sei que mesmo se eu estiver na merda mais fedida ela sempre vai estar comigo tentando dar algum conforto
pa: é mesmo
di: e eu sempre senti isso, na verdade é o que sempre vou acabar acreditando
pa: hmmmm
(na minha mente)
di: quem sabe...mas mesmo que não...eu sei que eles (os trovadores) vão sempre irritar meus ouvidos e o resto todo.
(o id falando)
id: tu não sabe? frustrado...é...o que você mais quer em vida...
não escrevo poesias
esse post eu crio com o único objetivo de deixar bem claro minha indignação quanto às pessoas acharem que sou poeta. vejam bem...poetas usam métricas, rimas, musicalidade. se é de uma maneira acadêmica sempre, não sei, o que sei é que eles possuem a liberdade com as palavras e que no final tudo sai, apesar de espontâneo, bem encaixado nas normas ditadas pelas escolas; exceto quando surgem aqueles que são considerados malditos. sou um maldito então, que passo horas e horas pensando e encontrando meios pra vomitar as palavras...chega de usar a palavra vômito, sempre a uso; não só vômito como também outras palavras ligadas à fisiologia humana, seja orgãos ou rejeitos. eu escrevo porque descobri que isso atenua minha ansiedade...é como se numa sala espalhassem almofadas e me pedissem para deitar sobre elas... e o que faria? passaria horas com os olhos pregados no teto, falando e falando sem parar, como se tivessem feito um corte cirúrgico no meu cérebro (lá vem os termos médicos de novo) e as palavras começassem a tomar forma, vida, e, como não poderia deixar de faltar esse termo, artérias.
acredito apenas em uma coisa...não existem regras para escrever, para mim é tudo pessoal demais, é o mesmo que se ensinar a por qual dos dois lados deve-se tomar como primeiro ao se vestir uma camisa...pois bem, eu escrevo, vocês escrevem e cada um atribui valores de importância ao que é produzido, escrito, vomitado......
acredito apenas em uma coisa...não existem regras para escrever, para mim é tudo pessoal demais, é o mesmo que se ensinar a por qual dos dois lados deve-se tomar como primeiro ao se vestir uma camisa...pois bem, eu escrevo, vocês escrevem e cada um atribui valores de importância ao que é produzido, escrito, vomitado......
terça-feira, julho 18, 2006
eu imaginei uma festa de loser dia desses e deu nisso:
murder on a dancefloor
groove groove groove
It's Henry Lee y las Moiras
cha cha cha
Yma Sumac comanda a festa
e a Sophie recepciona
groove groove groove
It's Henry Lee y las Moiras
cha cha cha
Yma Sumac comanda a festa
e a Sophie recepciona
e no fim da tarde do diavinteecincodedezembro
ele abriu as asas e afundou a praça e chorou tanto q se criou um lago...que quem se banhasse esqueceria todos os sofrimentos
sábado - RA - vinho - gelo - ponte - jogar
foi um tempo de aventuras, descobertas e muita conversa, sobre coisas que esquecia no outro dia e coisas que guardo até hoje...
momentos que partilhei com uma pessoa, a pessoa, que acompanhou os meus processos e retrocessos
momentos que partilhei com uma pessoa, a pessoa, que acompanhou os meus processos e retrocessos
hey you, yeah you...welcome to the depths parts of the world
ao cerne do problema, às raízes de todo o mal, à antecessão do todo, à origem do caos, ao tudo e ao nada... para onde as decomposições voltam em forma invisível quando se sente o último suspiro...
sexta-feira, julho 14, 2006
Le Petit Chevalier
I am the little knight
with the sky up above my eyes
I cannot be scared
I am the little knight
with the earth down below my feet
I shall visit you
I shall visit you
with the sky up above my eyes
I cannot be scared
I am the little knight
with the earth down below my feet
I shall visit you
I shall visit you
quinta-feira, julho 13, 2006
conversa no ano novo
pi: mas q costume eh esse?
di: é tão simples, a cada mês guardo algo significativo pra mim, e depois antes de meia hora pra q o ano acabe, queimo com caixa e tudo.
pi: mas são coisas q deveriam ser guardadas.
di: estão mto bem guardadas em minha consciência, onde ninguém vai mexer.
pi: mas até aquela coisa cara q vc teve?
di: pra mim tudo aqui não tem preço.
pi: já tem algo pra janeiro?
di: ainda não, talvez um doce q ganhei mas acabou
di: é tão simples, a cada mês guardo algo significativo pra mim, e depois antes de meia hora pra q o ano acabe, queimo com caixa e tudo.
pi: mas são coisas q deveriam ser guardadas.
di: estão mto bem guardadas em minha consciência, onde ninguém vai mexer.
pi: mas até aquela coisa cara q vc teve?
di: pra mim tudo aqui não tem preço.
pi: já tem algo pra janeiro?
di: ainda não, talvez um doce q ganhei mas acabou
tive fé
a duração que teve para ela se levantar da cama, olhar a lua bem em sua cara, por os pés quebrados no chão, vestir a seda que fedia a mofo, se arrastar até a porta, olhar para trás, tomar a garrafa cheia e atirar na janela foi bem rápida.
do corredor até a sala foram dois cigarros acesos sucessivamente enquanto a fumaça ofuscava a luz amarela do recinto vazio.
os pés quebrados e também sujos iam se arrastando fazendo um barulho irritante que rachou um dos copos verdes guardados na cristaleira velha.
a sala sim que parecia ter uma distância absurda e uma duração de chegada entediante.
ela sacou o encardido batom do bolso e pintou a cara, de baixo a cima, cor de carmim.
os olhos já doíam e o nariz tentava captar filas de ar.
e se arrastava, até que antes que caisse morta no chão alcançou a sala.
foi tudo bem breve.
pegou a taça de conhaque,
molhou a boca,
apagou os cigarros na parede vermelha e nova, e se dirigiu ao pé da janela
olhou para a lua mais uma vez que agora não mais brilhava em sua cara como antes
balbuciou as três palavras que achava que um dia poderia tê-las dito com toda a certeza do mundo
e se atirou ao nada.
do corredor até a sala foram dois cigarros acesos sucessivamente enquanto a fumaça ofuscava a luz amarela do recinto vazio.
os pés quebrados e também sujos iam se arrastando fazendo um barulho irritante que rachou um dos copos verdes guardados na cristaleira velha.
a sala sim que parecia ter uma distância absurda e uma duração de chegada entediante.
ela sacou o encardido batom do bolso e pintou a cara, de baixo a cima, cor de carmim.
os olhos já doíam e o nariz tentava captar filas de ar.
e se arrastava, até que antes que caisse morta no chão alcançou a sala.
foi tudo bem breve.
pegou a taça de conhaque,
molhou a boca,
apagou os cigarros na parede vermelha e nova, e se dirigiu ao pé da janela
olhou para a lua mais uma vez que agora não mais brilhava em sua cara como antes
balbuciou as três palavras que achava que um dia poderia tê-las dito com toda a certeza do mundo
e se atirou ao nada.
terça-feira, julho 11, 2006
eu odeio
quem gosta de falar que foi especial para alguém e que é tão único a ponto de achar que ninguém mais vai conseguir fazer o mesmo por esse alguém...eu tenho mesmo pena dessas pessoas
ei
vamos comprar uma casa
vamos rasgar as flores
e levar tudo que é nosso?
dividir?
espaço nosso
sem guarda
sem estátua
casa boa
lá no poço?
vamo?
vamos rasgar as flores
e levar tudo que é nosso?
dividir?
espaço nosso
sem guarda
sem estátua
casa boa
lá no poço?
vamo?
segunda-feira, julho 10, 2006
sobre irmãs no coletivo
eu não quero ceder o lugar às freiras;
elas perderam a partida...
não há segunda chance...
meu mundo as extirpou...
a verdade levantou bandeira
que balança nas minhas artérias.
Não sei se sou cético...
apenas não quero dividir meu espaço com noviças
sou filho de Deus também
logo,
bem o que quiser...eu realizo
elas perderam a partida...
não há segunda chance...
meu mundo as extirpou...
a verdade levantou bandeira
que balança nas minhas artérias.
Não sei se sou cético...
apenas não quero dividir meu espaço com noviças
sou filho de Deus também
logo,
bem o que quiser...eu realizo
sinestesias de seio
os cabelos - a relva amarela
a pele - a romã turca
os olhos - mar sereno
ouvidos - caverna ilusória
a boca - rio inquieto
o nariz - monte perdido
do resto não se sabe
e nem importa...
grama, fruto, água, eco, margem, topo
e as mães
que descem ladeiras
com seus imensos pacotes
que pesam cada vez mais
e machucam pés e veias
e ainda há o que se andar,
sempre há.
Até que sequem, caiam
evaporem-se
dissolvam-se, estreitem-se, nivelem-se
restando lembraças em arquivos
de óbito e cardíacos.
a pele - a romã turca
os olhos - mar sereno
ouvidos - caverna ilusória
a boca - rio inquieto
o nariz - monte perdido
do resto não se sabe
e nem importa...
grama, fruto, água, eco, margem, topo
e as mães
que descem ladeiras
com seus imensos pacotes
que pesam cada vez mais
e machucam pés e veias
e ainda há o que se andar,
sempre há.
Até que sequem, caiam
evaporem-se
dissolvam-se, estreitem-se, nivelem-se
restando lembraças em arquivos
de óbito e cardíacos.
re-começando
Já perdi a conta de quantos blogs eu tive e de quantos apaguei sem nem mesmo salvar os textos legais que saiam espontaneamente...Daí depois comecei com os fotologs, que inclusive ainda consigo administrar, só que postar uma coisa apenas por dia me irrita (sou uma pessoa só um pouco ansiosa) e lá a proposta é outra pois é uma reunião entre imagem e texto, portanto vou iniciar prometendo não assassinar futuramente esse blog saído do forno :)
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