sábado, junho 04, 2011

crisalida

eu realmente aprecio esse estado, todas as matizes, que pontuam estas passagens e os desencontros, as energias, as canções de nina simone, o sentimento dos rios lavando os caminhos internos, que desaguam nas cisternas formadas por florestas de pilares, que sustentam tantas sensações e inundam quando se perde o controle (o que é bem natural do homem) de seus abastecimentos. mas a crisálida, esta que anseia em tomar os horizontes, enquanto latente, paciente, adormece ciosa de suas futuras asas e verdes que anseia, mas nem precisa sonhar com isso, ela não pensa em futuros nem se aprisiona em memórias de lagarta, e é isso que a completa, feliz, nos instantes, nas ações involuntárias; e tomadas de surpresa, quando rompem-se as camadas, e se desenrola entre os sopros, e já esquece das carapaças, apenas torna-se mariposa, que no silêncio, percebe as tagarelices das flores, menos a dos acanthus, altivos e serenos em suas posições, onde o inseto (se assim pode ser chamado), repousa. e nessa metamorfose, mergulho.

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