domingo, abril 30, 2017

coração

Tenho um coração vasto. Mas que não se coloca intrometido. Ele pede licença, bate antes de entrar, traz consigo um agrado antes mesmo de puxar um assunto. Um coração vasto. Sincero e sagaz. Cinematográfico. Espalhado como orquestra. Um coração que partilha, sente, compartilha, tece empatias, que ainda percebe o que pode ser amar sem esperar. Um coração atento, que ouve (sentidos internos e ruídos lá fora). Que já não sonha, mas sorri e se coloca aberto, sobretudo nas grandes metrópoles. Pouco assustado, mas astuto. Não é coração de Fagner ou Roberto Carlos, mas sim um coração de Wilde, Brecht, talvez Hilst. É um coração vasto (não consigo definir melhor).

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