the lights go out
(e agora só de manhã)

terça-feira, setembro 16, 2008
a noite caiu e com ela mais uma vez veio o desespero
atordoada, a procurar oxigênio ela lançou a cabeça pela janela...tomou ar e no céu, já negro, via de longe umas esferas de brilho próprio que escondiam a lua e a chamavam através de sons estranhos que paralisaram a cidade.
e agora?
desce as escadas, corre, corre muito mesmo, o vento cortava seu rosto e tudo ali, estático, apenas a moça se movia, tentando alcançar as esferas (que eram muitas). gotas do seu próprio sangue marcavam um caminho, a orientá-la de volta caso tudo desse errado. e ela foi, feito louca, a buscar as esferas que lembravam muito suas coroas que se perderam anos atrás e junto com elas todo o brilho que a envolvia e tornava a mais bela quando a noite caia e ainda não havia aquele desespero, como agora.
e agora?
desce as escadas, corre, corre muito mesmo, o vento cortava seu rosto e tudo ali, estático, apenas a moça se movia, tentando alcançar as esferas (que eram muitas). gotas do seu próprio sangue marcavam um caminho, a orientá-la de volta caso tudo desse errado. e ela foi, feito louca, a buscar as esferas que lembravam muito suas coroas que se perderam anos atrás e junto com elas todo o brilho que a envolvia e tornava a mais bela quando a noite caia e ainda não havia aquele desespero, como agora.
quinta-feira, setembro 11, 2008
a escrita salva!
minhas tardes ficam cada vez piores, vazias (como sempre foi todos os domingos). então hoje resolvi por os pés na rua. arrumei grana e peguei o coletivo (estavam sem troco, tive que descer), normal...já acostumando com esse tipo de (receptividade)!
ainda bem que havia sons nos meus ouvidos, daí resolvi ir andando até a Boa Vista, com a cabeça nos ares sem olhar para ninguém fui desgastando os pés (formando calos), observando o topo das árvores e casando meus passos com o desenvolver das músicas.
parei num posto qualquer e comprei uma água, tomando de novo as ruas num maldito sol de 2 da tarde, ia pausadamente tomando minha água (como numa cena sexy) e atravessando faixa por faixa, já no arborizado da Boa Vista.
resolvi pegar aquela rua que havia esquecido de passar em outras andanças (da Soledade), azulejos portugueses, hotéis de décadas e algumas "pensões" de caráter duvidoso....um conhecido! (fingi que não vi...que absurdo!)
fiz quase um contorno desnecessário e retomei a rua por trás da avenida do caos (queria fugir do concreto armado) e segui quase que como um morto blasé até a praça e a matriz.
primeira pausa (na igreja), resolvi desligar a música (por respeito), creio que era a única pessoa com menos de 25 anos sentado ali nos bancos...pessoas podiam observar e dizer (que bonito, um jovem católico...coisa rara)...católico, eu? passa essa...
conferi cada detalhe arquitetônico, tentando lembra dos livros que li sobre aquela construção, fiz uma de "oração" e pulei fora...retomei minhas músicas mundanas.
o novo hype tocava e eu seguia pela rua das calçadas, e havia as bolhas de sabão (paisagem bonita) e estava acima de todos, superior a qualquer um olhando para longe já para a ponte que queria alcançar no tempo certo (sem pressa).
o rio anda cheio, fui conferir a geografia das margens e procurar alguma igreja aberta do outro lado. droga, a primeira está fechada. mas a de Santo Antônio nunca fecha (dito e feito lá estava com as portas escancaradas). dessa vez fiz ar de turista, parei a música e respirei (droga, esqueci de entrar com o pé esquerdo pra dar sorte). sorte? que merda é essa? perdi esse troço, passou e nem vi. quanto exagero barroco. a matriz era mais singela. o recifense adorava um excesso de "enfeite" em seus altares lá pelos "setecentos". gostei do "forro", me lembrava a cidade ainda com os sobrados vivos. pulei fora e passei pela avenida podre, onde as flores a vender tentavam "maquiar" a imundície do local e uma via larga, excesso de espaço, prédios abandonados (destrói tudo e faz um parque, praças).
tomei dessa vez pra retornar a ponte do donatário. (lembrei do São Luis, quando abre?). já sei, vou tomar aquela caipirinha lá no shopping mesmo como fazia com Patrícia (lembrei do dia que fiquei meio bebado...mas hoje seria só uma mesmo).
meus pés doíam muito (droga, agora aguenta). all stars costumam ser desconfortáveis (mas não quero aqueles tênis-discovoador no meu pé, fico parecendo um ogro--na verdade só enfatiza o negócio, entende? é isso mesmo).
"oi, vocês tem capirinha? R$ 2,50? ok, vou esperar aqui na mesa. obrigado." tocava "all I need", droga...solidão maldita! ah, Recife...há uns anos atrás tudo era diferente...(isso porque só tenho 23 anos e já falo como um idoso - pior que um idoso, melhor dizendo). terminado de verter o álcool. pegar um ônibus. vou pegar o sentido oposto pra "passear sozinho pela cidade". na metade pego no sono. acordo com uma música que diz "sei que tudo vai ficar bem"...desci. "chez moi" finalmente. caio no colchão e deixo escapar umas lágrimas. cai fora, música, vou escrever agora no silêncio.
ok, boa noite.
ainda bem que havia sons nos meus ouvidos, daí resolvi ir andando até a Boa Vista, com a cabeça nos ares sem olhar para ninguém fui desgastando os pés (formando calos), observando o topo das árvores e casando meus passos com o desenvolver das músicas.
parei num posto qualquer e comprei uma água, tomando de novo as ruas num maldito sol de 2 da tarde, ia pausadamente tomando minha água (como numa cena sexy) e atravessando faixa por faixa, já no arborizado da Boa Vista.
resolvi pegar aquela rua que havia esquecido de passar em outras andanças (da Soledade), azulejos portugueses, hotéis de décadas e algumas "pensões" de caráter duvidoso....um conhecido! (fingi que não vi...que absurdo!)
fiz quase um contorno desnecessário e retomei a rua por trás da avenida do caos (queria fugir do concreto armado) e segui quase que como um morto blasé até a praça e a matriz.
primeira pausa (na igreja), resolvi desligar a música (por respeito), creio que era a única pessoa com menos de 25 anos sentado ali nos bancos...pessoas podiam observar e dizer (que bonito, um jovem católico...coisa rara)...católico, eu? passa essa...
conferi cada detalhe arquitetônico, tentando lembra dos livros que li sobre aquela construção, fiz uma de "oração" e pulei fora...retomei minhas músicas mundanas.
o novo hype tocava e eu seguia pela rua das calçadas, e havia as bolhas de sabão (paisagem bonita) e estava acima de todos, superior a qualquer um olhando para longe já para a ponte que queria alcançar no tempo certo (sem pressa).
o rio anda cheio, fui conferir a geografia das margens e procurar alguma igreja aberta do outro lado. droga, a primeira está fechada. mas a de Santo Antônio nunca fecha (dito e feito lá estava com as portas escancaradas). dessa vez fiz ar de turista, parei a música e respirei (droga, esqueci de entrar com o pé esquerdo pra dar sorte). sorte? que merda é essa? perdi esse troço, passou e nem vi. quanto exagero barroco. a matriz era mais singela. o recifense adorava um excesso de "enfeite" em seus altares lá pelos "setecentos". gostei do "forro", me lembrava a cidade ainda com os sobrados vivos. pulei fora e passei pela avenida podre, onde as flores a vender tentavam "maquiar" a imundície do local e uma via larga, excesso de espaço, prédios abandonados (destrói tudo e faz um parque, praças).
tomei dessa vez pra retornar a ponte do donatário. (lembrei do São Luis, quando abre?). já sei, vou tomar aquela caipirinha lá no shopping mesmo como fazia com Patrícia (lembrei do dia que fiquei meio bebado...mas hoje seria só uma mesmo).
meus pés doíam muito (droga, agora aguenta). all stars costumam ser desconfortáveis (mas não quero aqueles tênis-discovoador no meu pé, fico parecendo um ogro--na verdade só enfatiza o negócio, entende? é isso mesmo).
"oi, vocês tem capirinha? R$ 2,50? ok, vou esperar aqui na mesa. obrigado." tocava "all I need", droga...solidão maldita! ah, Recife...há uns anos atrás tudo era diferente...(isso porque só tenho 23 anos e já falo como um idoso - pior que um idoso, melhor dizendo). terminado de verter o álcool. pegar um ônibus. vou pegar o sentido oposto pra "passear sozinho pela cidade". na metade pego no sono. acordo com uma música que diz "sei que tudo vai ficar bem"...desci. "chez moi" finalmente. caio no colchão e deixo escapar umas lágrimas. cai fora, música, vou escrever agora no silêncio.
ok, boa noite.
lullaby
as notas da velha eram pesadas e pausadas, e as manchas (de tinta) ganhavam vida formando uma espécie de mulher, com aparências de meia idade, magra e com um vestido preto sem muitos detalhes. e a mulher cantava, como se fosse uma canção para dormir. e as sombras e tempestades foram aos poucos sendo engolidas pelos rios, mas o céu (complacente) permanecia escuro, porém calado, como se ofertasse espaço para as notas da velha e as cordas da mulher.
e as luzes do prédio acendiam sozinhas...e já era uma noite tão alta (como a cidade fica mais bonita a essas horas). e ele sentiu a alma descansar, no leito de uma tranquilidade formada pela música daquelas criaturas nascidas da agonia e do medo. paz? não sei, de repente apenas por hoje...veremos amanhã.
e as luzes do prédio acendiam sozinhas...e já era uma noite tão alta (como a cidade fica mais bonita a essas horas). e ele sentiu a alma descansar, no leito de uma tranquilidade formada pela música daquelas criaturas nascidas da agonia e do medo. paz? não sei, de repente apenas por hoje...veremos amanhã.
cave song
as cordas vocais vomitaram um grito ensurdecedor que espantou todos os estranhos daquela rua. um coração por explodir... mas e a alma? sim, a alma buscava por um repouso sabe-se lá onde, eram tempestades demais para encontrar sequer um abrigo. no mesmo instante os movimentos de todas as coisas tomavam uma velocidade e num impulso perdiam a aceleração, deixando o que seriam manchas como de uma tinta numa tela abstrata. e a velha, no alto do sobrado tocava piano.
act VI
ao tirar os pés da réplica do palácio das terras do norte e já com os escritos nas mãos suadas e a tremer, o céu sobre os rios escurece, seguido de um silêncio e uma quase cegueira a lançar sombras em suas córneas. subitamente sons, vindos de todas as partes, agonizantes, como orquestras e vozes melancólicas, distorcidas como visões de uma mulher louca, anuciam um novo ato.
quase desespero, que sufoca.
quase desespero, que sufoca.
segunda-feira, setembro 01, 2008
ele
veio correndo como que estivesse numa caça ou fugindo da morte e suas mãos passeavam pela parede. crespa. e rasgava sua carne. e o vermelho. a banhar sua mão e corria mais rápido e as mãos ainda na parede azul e o vermelho, as marcas, deixadas diante de suas costas e corria, o sinal parou! CORRE! e no fim da pista, evaporou-se simplesmente, daí choveu naquele dia e levou as cores, não há mais histórias.
fui à praia
cai na areia, cai na areia e a areia. boca. as pás. areia. os pés e o mar. frio. sss.
silencio os mundos. o mar é meu. o céu que seja dos outros. ei, me vê um refresco light.
silencio os mundos. o mar é meu. o céu que seja dos outros. ei, me vê um refresco light.
la nuit tombe parfois
verte o álcool que amansa as cordas vocais. irá cantar mais uma vez as velhas notas que aprendeu no vazio dos sábados, quão romântico. não sei, não sabe, vai saber? onde e em que usar essas pontes e canos e ligamentos? quero desfilar, e arrastar comigo estrelas e o escuro de um silêncio necessário. estou cansado, não estás também. estou. novidades? não quero mais que venha por jornais, nem cartas. fazes a novidade. inventa e produz, usa os lápis que jogaram na tua cara e desenha sóis, uns 10 mil, e depois escolhe aqueles que serão amarelos, negros, vermelhos e mesmo violetas. e perde os dentes e a visão só por três segundos. daí respira-se forte, como se guardasse todo o oxigênio para si. depois de todo o mapa construído, junta os pés, arruma o cabelo e enfrenta calçadas e a morte.
domingo, janeiro 13, 2008
paroles
as palavras fazem um bem...quando bem arrumadas, colocadas no lugar certo, combinadas, criam formas, desenhos, que imprimem sentimentos quando leio, porque refletem sentimentos... é como se fosse uma marca, uma cicatriz positiva, que deixa lembranças para quem quiser ver....et les paroles pour moi? poétique? j'attends....
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