quinta-feira, setembro 11, 2008

a escrita salva!

minhas tardes ficam cada vez piores, vazias (como sempre foi todos os domingos). então hoje resolvi por os pés na rua. arrumei grana e peguei o coletivo (estavam sem troco, tive que descer), normal...já acostumando com esse tipo de (receptividade)!
ainda bem que havia sons nos meus ouvidos, daí resolvi ir andando até a Boa Vista, com a cabeça nos ares sem olhar para ninguém fui desgastando os pés (formando calos), observando o topo das árvores e casando meus passos com o desenvolver das músicas.
parei num posto qualquer e comprei uma água, tomando de novo as ruas num maldito sol de 2 da tarde, ia pausadamente tomando minha água (como numa cena sexy) e atravessando faixa por faixa, já no arborizado da Boa Vista.
resolvi pegar aquela rua que havia esquecido de passar em outras andanças (da Soledade), azulejos portugueses, hotéis de décadas e algumas "pensões" de caráter duvidoso....um conhecido! (fingi que não vi...que absurdo!)
fiz quase um contorno desnecessário e retomei a rua por trás da avenida do caos (queria fugir do concreto armado) e segui quase que como um morto blasé até a praça e a matriz.
primeira pausa (na igreja), resolvi desligar a música (por respeito), creio que era a única pessoa com menos de 25 anos sentado ali nos bancos...pessoas podiam observar e dizer (que bonito, um jovem católico...coisa rara)...católico, eu? passa essa...
conferi cada detalhe arquitetônico, tentando lembra dos livros que li sobre aquela construção, fiz uma de "oração" e pulei fora...retomei minhas músicas mundanas.
o novo hype tocava e eu seguia pela rua das calçadas, e havia as bolhas de sabão (paisagem bonita) e estava acima de todos, superior a qualquer um olhando para longe já para a ponte que queria alcançar no tempo certo (sem pressa).
o rio anda cheio, fui conferir a geografia das margens e procurar alguma igreja aberta do outro lado. droga, a primeira está fechada. mas a de Santo Antônio nunca fecha (dito e feito lá estava com as portas escancaradas). dessa vez fiz ar de turista, parei a música e respirei (droga, esqueci de entrar com o pé esquerdo pra dar sorte). sorte? que merda é essa? perdi esse troço, passou e nem vi. quanto exagero barroco. a matriz era mais singela. o recifense adorava um excesso de "enfeite" em seus altares lá pelos "setecentos". gostei do "forro", me lembrava a cidade ainda com os sobrados vivos. pulei fora e passei pela avenida podre, onde as flores a vender tentavam "maquiar" a imundície do local e uma via larga, excesso de espaço, prédios abandonados (destrói tudo e faz um parque, praças).
tomei dessa vez pra retornar a ponte do donatário. (lembrei do São Luis, quando abre?). já sei, vou tomar aquela caipirinha lá no shopping mesmo como fazia com Patrícia (lembrei do dia que fiquei meio bebado...mas hoje seria só uma mesmo).
meus pés doíam muito (droga, agora aguenta). all stars costumam ser desconfortáveis (mas não quero aqueles tênis-discovoador no meu pé, fico parecendo um ogro--na verdade só enfatiza o negócio, entende? é isso mesmo).
"oi, vocês tem capirinha? R$ 2,50? ok, vou esperar aqui na mesa. obrigado." tocava "all I need", droga...solidão maldita! ah, Recife...há uns anos atrás tudo era diferente...(isso porque só tenho 23 anos e já falo como um idoso - pior que um idoso, melhor dizendo). terminado de verter o álcool. pegar um ônibus. vou pegar o sentido oposto pra "passear sozinho pela cidade". na metade pego no sono. acordo com uma música que diz "sei que tudo vai ficar bem"...desci. "chez moi" finalmente. caio no colchão e deixo escapar umas lágrimas. cai fora, música, vou escrever agora no silêncio.

ok, boa noite.

Um comentário:

olga kunst disse...

nossa recife dos solitário, nos acalenta as vezes, já em outras, o melhor é a nossa cama mesmo...