
Vem sendo uma pergunta frequente dos meus amigos e conhecidos em relação a essa minha nova escolha de estudos. "Por que diabos, depois de uma boa graduação, chances de ingressar num mestrado e um futuro já perceptível, você quis estudar história?". Será que foi para se ter mais conhecimento do passado, enriquecer as curiosidades? Para estar por dentro de todas as fofocas dos reis e chefes de estado? Ou ter uma visão crítica e analista do passado com vias a entender melhor os fatos sociais do presente? Foi por uma curiosidade, ou por achar que o passado sempre se apresentará "melhor" que esse presente caótico, incerto, desiludido? Já sei, foi para estudar o passado e aprender com os erros dos homens, tomando-os por exemplo para não errar nunca mais? Seu intuito é o de estudar uma história dos vencidos, esquecidos e subjugados por gerações, no intuito de uma compensação? Seria uma mistura de um pouco disso tudo, então? Ou simplesmente para ensinar História? Ou contar história? - Pois respondo que nem tão científica, nem tão ficcional foram minhas escolhas para o estudo da história. Há uma certa curiosidade? Sim, mas com a ciência de tudo que fora escrito até hoje não passar de diferentes interpretações e ressignificados de um tempo que já não existe mais. Quanto à criticidade, não espero levar meus estudos de forma tão analista assim, tratando tudo em sua coletividade, como na sociologia clássica e nos seus fatos estudados a partir de uma conjetura. Uma história dos esquecidos? Certamente, mas sem esquecer os papéis dos representantes do poder, pois é nessa relação que as dinâmicas também se desenrolam. Me enxergo hoje, nesse exercício longo de um futuro historiador, apenas em atingir um objetivo de unir a narrativa aos fatos revelados nos documentos, depoimentos, registros outros, que não fazem desse mesmo narrar, uma mera ficção. E quantos mundos podem ser interpretados e narrados sob essa ótica! Quantas possibilidades! Tenho uma quase certeza, de que é isso a me levar nessas estradas, que são no mínimo, prazerosas, atraentes, libertadoras!
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