Percorrendo estradas de barro, atravessando poças e olhos d'água, acompanhados de uma paisagem diversa em cores e elementos (árvores frondosas, macambiras e xique-xiques, bodes marcados por seus proprietários, capelinhas carregadas de um catolicismo popular), serpenteávamos aqueles caminhos no sertão de Mirandiba, procurando uma tal árvore muito citada na cidade, tão robusta que 9 (ou 7 pessoas, dependendo dos braços) poderiam abraçá-la. Tratava-se da Mangueira do Brejo.
 |
Capelinha no caminho da Mangueira |
 |
Catolicismo popular |
Segundo os relatos, a monumental mangueira, situada na região úmida do Brejo do Gama, por sua imponência, inibia suas outras irmãs próximas, reinando soberana numa área de fronteiras entre municípios e vestida de muitas narrativas e contos transmitidos por muitos dos lugares que passamos.
Falam de um cavaleiro, que havia afundado com cavalo e tudo num chão pantanoso naquelas proximidades. De um oitizeiro com proporções consideráveis, mas que tímido, se esconde na sombra daquela árvore. De um tempo em que a instalação de um poço havia ameaçado a própria condição de sua grandeza, e que um dossiê está prestes a ser enviado para os responsáveis do guiness book a nomearem como a "maior mangueira do mundo".
 |
Enfim, a mangueira | | |
|
|
|
 |
O oitizeiro |
Ao chegar no local, percebi que se tratava de todo um espaço naturalmente privilegiado. Formações rochosas, um fio d'água, muitas árvores (incluindo o dito oitizeiro), e bem no meio, aquela mangueira, que de fato se revelava não apenas no seu tamanho mas também em idade. Ouvia sons de animais vindos de seu interior, como se a mesma se comunicasse, e todo aquele ambiente, ganhava voz a partir das histórias e expressões dos muitos que já estiveram ou mesmo ouviam falar dessa mangueira.
 |
O Entorno |
Nenhum comentário:
Postar um comentário