
quarta-feira, janeiro 07, 2015
Viagem ao sertão - maio de 2014
Hoje, na volta do sertão, ouvia essa música. Observava o ritmo das pessoas nas casas perto da rodovia, o ritmo diferente daquele que conheço. A paisagem agreste e despreocupada. As nuvens deixando o dia manso, parado. E a velocidade do automóvel circulava com meu sangue de volta pra casa. Descobri a importância de viajar na minha vida. De encontrar pessoas, partilhar experiências, conhecer o novo, o outro, construir coisas, e perceber a esperança, a beleza, a troca, o diferente. Acredito que poderia passar a minha vida viajando. Por vezes, quando retorno, o peso da rotina, o baque do cotidiano, a sensação de vazio, às vezes me deixa oco, como se andasse sem rumo, perdido. E nas quilometragens das estradas, me encontro, nunca perco o sentido, sei para onde estou indo, mesmo sem mapas e direção certa. Apenas me levo, e me descubro, e me conheço cada vez mais. A solidão das estradas me alivia. As paradas e conversas entrecaminhos me recarrega. Me sinto vivo, me sinto múltiplo, milhões, sobrepostos, no incerto que logo sei que é certo. Cada pessoa, cada casa, cada esquina, me espera, e sorri, me recebe, me percebe vivo, que existo, que estou lá, sempre lá. Já o aqui faz malabares, ofusca, sua luz incide sobre meu corpo em determinadas horas ao longo do dia, poucas horas. Eclipse. E nas idas, levo tudo, a carregar no coração. Porém o aqui não está perdido, ainda. Só falta me encontrar, e sorrir, e me abraçar, e me perceber não como passageiro, mas como quem veio para ficar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário