Esses dias na serra, carregado de canções bem temperadas ao folk, eu viajava, em casa, ao interior dos meus territórios; tudo isso alternado pelos momentos de euforia e celebrações com amigos. E nessas interseções, acabava deslizando conversas a respeito dos meus sentimentos e expectativas, dos medos e previsões, das crenças e esperas. E como percebi bons ouvidos e mentes! Recebiam minhas mensagens sem tomarem como um fardo, pois as palavras fluíam do coração, e encontravam um terreno seguro de identificação e compartilhamentos. E as tardes corriam rápidas, de momentos felizes, sem tempo para lamentos, seguidas da noite que já trazia mais festas e risos. E nas voltas para casa, ainda no esconder do sol, pisando sob as ruas de pedras, um vento nem tão frio soprava na minha nuca, e aquela sensação de nostalgia sempre me tomava, de uma vida tranquila, quase rural, e de muita infância. E o galo cantava, os pássaros acordavam, e com os raios se espalhando no céu, sabia que ali, naquela hora, uma beleza havia me vestido por completo, e que apenas eu poderia perceber isso, e permitir se ela teria que permanecer ou escapar da minha pele, depois que acordasse cansado no dia seguinte.
2 comentários:
Não sei se por estar contigo nesses dias, eu consegui sentir cada palavra. Mas, tua descrição foi perfeita.
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