Lima Barreto sabiamente observa em 1915 a incongruência desse projeto, que escondia mais um interesse em "europeizar" a cidade (e excluir tudo e todos aqueles que não se encaixavam nesses padrões). Ironicamente argumenta:
"A obsessão por Buenos Aires sempre perturbou nosso juízo sobre as
coisas. A grande cidade da Plata tem um milhão de habitantes; a capital
argentina tem longas estradas retilíneas; a capital argentina não tem
negros; portanto, meus senhores, o Rio de Janeiro, cheio de montanhas,
deve ter estradas retilíneas; o Rio de Janeiro, em um país que tem
outras três ou quatro grandes cidades, deve ter um milhão de habitantes;
o Rio de Janeiro, a capital de um país que recebeu, em quase três
séculos, milhares de negros, não deve ter negros."
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