quarta-feira, maio 04, 2016

nordestino

O termo "nordestino" muitas vezes circunscreve um determinado grupo de pessoas que estão fora daquela região geográfica. "Nordestinos" são as empregadas domésticas, os migrantes nas favelas, os vendedores de queijo coalho, os porteiros, as caixas de supermercado, os de traços menos europeizados.
Muita gente se incomoda com essas denominações (já que podem carregar ideias pejorativas), eu me incomodava também quando ouvia, mas hoje eu vejo a importância política de abraçar esses termos. Já teve gente que veio me falar "ah, mas quando você ouvir alguém falando isso de maneira excludente, mostre seu exemplo e de outros, que são acadêmicos, artistas, famosos lá fora". Mas não acredito que esse seja o melhor caminho.
Eu sei também que Nordeste é uma construção (histórica-social), e sei que discursos identitários podem ser perigosos, mas nos casos de exclusão diante do outro, acho importante serem tomados. Pois eu sou nordestino sim! (mesmo com todas as diferenças de seus estados, suas microrregiões, suas cidades), e me junto a todos os outros nordestinos (do resto do Brasil) sejam professores, empregadas domésticas, porteiros, artistas. Todos aqueles que se arriscam da maneira que for em lugares diferentes de seus sotaques. E eu nunca estou sozinho!

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