É difícil escrever alguma coisa assim de surpresa para quando alguém
muito querido vai embora. Um embora para outros planos. Nesse domingo
soube da notícia de que a querida Nina (para quem não sabe, uma amiga
que trabalhava na casa dos meus familiares há praticamente 20 anos) e
que me viu crescer, junto com minha irmã e primos lá em Gravatá, veio a
falecer.
Nina me fez enxergar outras realidades da vida para além de um mundinho fechado de superproteção que eu nunca quis ter.
Ela me fez sempre pensar na simplicidade da vida desde cedo, de que
devemos ultrapassar as barreiras das diferenças sociais, de que todos
carregamos uma história de vida, e que somos iguais: "ninguém é melhor
que ninguém" (como já dizia). Nina acompanhou tantas fases minhas. De
quando era o gordinho desengonçado, o menino fechado e tímido, o
roqueiro querendo ser rebelde, aquele que foi depois ao Recife construir
outras coisas, e que agora em fevereiro presenciou minha vinda
definitiva ao Rio, quando a gente até conversou sobre como é viver numa
cidade tão grande e longe de um mundo tão confortável, comunitário e
"nosso" que é Gravatá.
Talvez para mim a ficha só venha a cair quando eu subir a minha serra, e
vai ser muito estranho, e triste, não perceber mais a presença de uma
pessoa tão querida e que fez e fará parte da minha vida por tantos e
para tantos anos pela frente.
Descansa em paz, Nina. Que daqui,
nunca vamos esquecer o seu carinho, e eu, a sua companhia e sorriso.
Para mim, você era quase uma madrinha!
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