sábado, agosto 19, 2006

ainda nas cartas

Amiga R.

Quanto tempo desde então hein? Engraçado como sempre conheço de fato as pessoas que adoro hoje em situações ou lugares entediantes...e certamente com você foi o mesmo...lembra da festa? Música inaudível, público deprimente e chuva? Mas lá estava você, sempre comunicativa, sempre fazendo com que tudo que parecesse ridículo se tornasse pelo menos passível a ser engraçado e acabei até trocando inconscientemente quem me havia de fato lhe apresentado...por todo esse seu jeito simpático...que apesar de não ser meu forte é o que me atrai nas pessoas...afinal ninguém gosta de cara azeda não? E tantas coisas engraçadas aconteceram...discussões sobre arte, pessoas, lugares, viagens, alguns passeios pela cidade que tanto odeio mas não consigo viver sem (pelo menos nas horas de recarregar minhas baterias)...e nisso tudo houve até uma certa confusão de sentimentos...pelo simples fato de estarmos mais nos conhecendo exteriormente, do que fato fazia parte de nossa essência...e houve inclusive uma lacuna, lacuna de tempo e de espaço (cujo segundo sempre existiu, mas nunca foi um problema e nesse caso então foi até melhor para que pudéssemos organizar nossas impressões) E graças a fatores cronológicos e geográficos conseguimos nos organizar e tudo voltou a ser como antes...até mais seguro eu diria...as mesmas pseudo-brigas, os conselhos que nem sempre vinham pra aceitar amigavelmente aquilo que era exposto e mesmo com minha teimosia e orgulho de sempre, precisava de fato enfiar os pés pelas mãos só para no final ouvir um “não falei”, e aí sim me confortava...por me surpreender tanto de “a que ponto uma pessoa conhece a outra”; é claro que às vezes existia uns certos excesso de sua parte...coisas bem explicáveis pela astrologia (outro vício que adquiri com você, assim como um certo aguçamento do humor sarcástico). O que sempre me fascinou em você foi a resiliência...não sei se pelo certo racionalismo que você adotou para que fizesse parcialmente parte da sua vida ou se questões astrológicas expliquem... Sua mente também sempre me fascinou, que costuma confundir, atrair, questionar e ser apenas LIVRE. Apenas agradeço os tapas na face, os ouvidos suportáveis, a voz disposta, o abraço firme, os pés “dançáveis”, e a maneira de sempre tentar simplificar as coisas.

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