
A cidade mosaico que se redesenha em minha massa cinza, que a confunde e joga uma série de enigmas, que se decifram a medida que descubro a vida.
Eu sinto cada vez mais repulsa e uma paixão brutal, carnal por essa cidade podre, fétida, falsa.
Ela é o contraste.
A síntese, a antítese, que forma a nova tese...as teorias mutáveis que vou adotando e doutrinando pelo vento; em forma de sons e de concreto, onde posso me moldar...antes que as chuvas tropicais possam estragar a forma, dissolvê-la como papel...que tanto levo tempo para construir...por olhares, bocas e pés.
É o Recife sem frevo, sem tambores, sem farinha e sem frescura.
O Recife do meu jeito, só como quero...pois tão volúvel que é...a consigo talhar com meus ossos e grito...do alto da torre: "Recife, festejo dos demônios e das moiras que me atormentam", te odeio tanto que te devoro, te cozinho e te sirvo, para auto satisfação de um ego.
Nenhum comentário:
Postar um comentário