
quarta-feira, dezembro 27, 2006
serrinha
quarta-feira, outubro 25, 2006
história rápida
sábado, outubro 14, 2006
zefir
partiu o céu em dois
e formou um vácuo
que sugava as almas
e levava pra bem longe
e aos poucos
formava-se um turbilhão
que levava lembranças
para o mundo dos esquecimentos
e depois...
o chão...
abriu-se, suspendendo os prédios
e a lua ofuscava tudo
com muitos, infinitos, pedaços de pedra flamejantes
rasgando o céu
e uma melodia
anunciava o novo ano
tão narrativa e dramática
e se ouviam os choros silenciosos aos montes
e sufocavam-se os medos....
um dia, sim, um dia...
sexta-feira, outubro 13, 2006
a flor, que tu mesma riscou
quinta-feira, outubro 12, 2006
alto na calçada
bem onde se ergue ímpar a faixa suja de chão esquecido.
e sob as velhas melodias que cultivamos, ainda em nossas esperanças,
lá voltamos.
enchendo-nos de tédio e álcool.
sentados na beira do esquecimento.
juntos, e fortes, construimos nossas considerações...
muito mais agora as minhas;
mesmo você tendo me avisado
que seria em vão esmurrar a vida.
e concluimos que isso, mesmo, não existe.
apenas sonhos imbecis de quem ainda contava com o que lia.
mas a carne...ah a carne...
essa é bem mais suja que pensávamos e creio que caio em si.
e no seu silêncio,
selamos o tratado de que é inútil e...
em vão tratar dos outros.
sejamos egoístas
ninguém toma um coração pra si.
quando menos percebemos perdemos de vista.
e voltamos de novo.
ao nosso uísque que amargo, porém esquenta e ativa lembranças.
lembranças de que somos um
em nossas próprias concepções.
terça-feira, setembro 26, 2006
cole
sábado, setembro 23, 2006
triste saga da princesa
terça-feira, setembro 19, 2006
escrevo...
hoje com os pés fincados numa parada de ônibus cheia de árvores e velhinhas passando eu tive um daqueles meus momentos de euforia...sabe como é? aqueles em que você pensa que seu umbigo está no meio do mundo e que você é um herói sem causas e que tem muito pra viver? pronto. foi isso.
penso então....tenho duas pernas....isso me dá poderes pra fazer muito..por mim mesmo, já que somos egoístas no fim das contas..assim, quando perdê-las ou mesmo a visão, eu reformulo meus pontos de vista encardidos e acabados de nascer...deu pra entender essa última frase? pois bem....
um coração....desses que nem bate muito, agora está acelerado...mesmo, e parece que voa...e...e...uma vontade de derramar lágrimas, não de tristeza, não de um louco, mas de alguém que acordou eufórico e concluiu que se vive apenas quantas vezes você mesmo quiser. e que luzes batem na sua cara todo dia de manhã por causa nenhuma....ponto. não estamos aqui pra cumprir nada, pra deixar nada. estamos talvez pra pesquisar...pesquisar o porque disso servir (quem tiver alguma resposta mesmo que incompleta me responde).
às vezes penso....viver...viver é desafiar a si mesmo, morrer, assim se deixando empurrar com barriga, é desleixo....e tenho dito...um sei lá o que (eu) de gente que não tem porra de ideologia nenhuma...vamos viver e quem quiser jogar flor no meu túmulo..vá; vivo pra espirrar ou mesmo pra sentir o cheiro e dizer "maracujá?", não estarei.
por tanto: fudido? esquecido? sozinho? sem grana? doente? feio? gordo? burro? mesmo com tudo isso...vamos viver menino..menino que saiu lá do frio pra ficar é doido aqui no mar.
até mais...vou tentar aprender coisas na frente de um quadro.
sexta-feira, setembro 01, 2006
para quem perguntar o que quer dizer o nome do meu blog
serei fiel ao achado
e prometo nunca me segregar dele
provando o que sou e o que devo ser
e agora....
observo os riscos nas paredes pela rua
mas vejo de fato muito mais por trás das cores
e bem de frente pro meu humor,
o caminho, de fato, jaz em uma linha (certo)
vejo tudo iluminar, luzes fortes e assustadas
e seus olhos atentam-se para o escuro.
e eu, a enxugar o rosto, não me assusto
mas tento fazer-me são, bem perto de onde você se encontra
mas como pode ter sido tanto assim para ti?
quando tinham sempre aqueles que riam...?
e peço sempre que possa me lavar de flúidos
enquanto aos poucos fortaleço meu vocabulário...
não é um apelo, é quase que uma tarefa
começar a explorar coisas do mundo
e restaurar a pele com injeções de beleza
e se bagunçar com ela, e expor minérios
e creio que você não notará
já que sou apenas vento e clima, apenas para você
sábado, agosto 19, 2006
a quase primeira
os quadros equivalem-se:
em tamanho e em formatos do passado.
o chão torna-se o suporte, a segurança;
a mente se dilui no ar, pois há sempre de ser assim...
os quadrados são surrados...
surrados pelo tempo, pelas lágrimas, pelas quedas, pelas perdas;
e ao invés de tomarem uma forma circular
fechando um círculo de vícios,
os quadrados criam artérias bombeiam sangue e crescem como diamantes
indestrutíveis, rígidos, porém belos e puros.
(sim, apareceu a estrela do mar...)
sobre uma quarta
Ganso: a fila é grande e o vento nos favorece, espere, é necessário que espere
Anne: comi meus dedos, arranquei cabelos...não aguento
Ganso: os menores vão na frente...eles mal sabem andar (paciência)
Anne: eu sei pisotear!!!
Ganso: pois pisoteie
Anne: ......
Ganso: artérias estendidas de uma pobre mulher vadia (e sumida)
espejo
o espelho todo dia me dá uma resposta diferente,
creio que sou um ser multifacetado...
não..não sou
eu conheço muito bem as raízes
que bebem o sangue das heranças.
o espelho só quer mesmo me enganar,
acredito muito mais no que meus sentidos e nos sentidos que os outros exalam diante
de minha figura,
figura de sal
que se desintegrará se olhar para trás
um olhar de retrocesso
que vai além das boas lembranças nostálgicas
que alcança o lado fosco do espelho
um nada!
algumas impressões
cheiro de gasolina, a luz da lua batendo na cama, o fim de tarde que silencia tudo, o nascer do sol às 5 da manhã, tomar banho no escuro, gritar dentro de um copo, estourar bolinhas, bater palmas e pé, correr pelo corredor, embaçar o vidro, se encolher quando chove, sentir cheiro de papel novo, comer purê, abraçar, sentir o coração bater pelos pulsos, brincar com o cereal, escrever o que o coração tenta falar, fazer careta no espelho, riscar na parede, andar descalço, rasgar papéis, sentar em escada, deitar no chão frio, olhar pras árvores, criar sonoridades com o barulho na rua, imaginar o que as pessoas pensam, olhar como uma máquina fotográfica, atravessar pontes, caminhar com alguém do lado, conversar na cama com a irmã até amanhecer, passear de carro com o pai ouvindo will oldham, brincar de bate palma com a mãe, ouvir as histórias da avó, perguntar o que os amigos acham... observar detalhes arquitetônicos, escrever em cadernos já rabiscados, se olhar pela janela, andar no meio da rua, sentir frio no pé e sorrir de vez em quando....
uns prazeres aí
o céu na serra
ele contaria as euforias de minha infância,
e os temores da adolescência...
derramaria as lágrimas em chuva
e aqueceria as manhãs com os sorrisos...
mas ele nem mais me conhece,
não sabe onde me encontro,
ele me esqueceu,
mas ainda me recordo de cada nuvem
que me assistiu por tantos anos...
naquele dia...
Shall he dance along with the music?
or go to the window and watch the hours pass?
have some drink?
look for someone?
is he really perfect as everyone says?
uma definição de quem seria
o mestre livre das situações
servo de ninguém
lutador de causa nenhuma
um lobo entre lobos
e um artista das causas escuras
a moça e as flores
Seus movimentos oscilavam entre leveza e dureza quase de guerrilha
Os cabelos realçavam com o frio da manhã entediante
Deslizava pelo cinza
E carregava expectativas
Que morrem ao anoitecer
Mas embelezam as salas de dia.
Salas arejadas
Que se alojam nas entranhas
Com o perfume que inibe...
Assim fazia todos os dias,
Inibindo as dores e as incertezas.
björk 1977
diamanda
Artigo extraído do uol.com de 1998:
Galás é uma das artistas mais controvertidas dos Estados Unidos. Ativista de grupos de combate à Aids, Galás tatuou na mão esquerda os dizeres "We Are All HIV+" (Somos Todos HIV+) desde que seu irmão morreu, vítima da doença, em 1986. Durante uma manifestação do ACT UP (grupo gay de militância) na St. Patrick's Cathedral, em Nova York, em 1989, Galás foi presa por "distúrbio da ordem pública" e em 1990, após uma apresentação no "Festival delle Colline", na Toscana, o governo italiano a denunciou por "blasfêmia contra a Igreja Católica Romana". Em um de seus discos Galás dispara: "Satã mora na América". A mesma fúria e inconformismo que Galás expressa em sua vida de militante foram transpostos para a música. Desde seus primeiros trabalhos, "Wild women with steak knives" (Mulheres loucas com facas de cortar carne) e "Tragouthia apo to aima exon fonos" (Canção do sangue dos assassinados), de 1979, Galás trata de temas como morte, perda e isolamento, temas desenvolvidos nos trabalhos que vieram a seguir: "O isolamento pode matar", ela diz. A discografia de Galás conta com 12 discos (todos lançados em CD pela Mute Records). Em "The divine punishment", de 1989, Galás utiliza textos bíblicos musicados para mandar um recado irônico àqueles que viam a Aids como uma "punição divina". Seu disco mais recente, "Malediction and prayer" traz uma insólita regravação de "My world is empty without you", sucesso das Supremes, além de poemas de Pasolini e Baudelaire musicados por Galás. Por causa de sua postura considerada provocadora e ofensiva, Diamanda Galás já foi chamada pela crítica de "Noiva de Satã", "Diva da Doença" e "Rosa Negra da Vanguarda". Bem humorada, ela acha graça. Em abril de 1992, a revista norte-americana Vanity Fair publicou uma foto de Galás, feita por Annie Leibowitz, onde ela posa, torso nu, pendurada a uma cruz em meio a chamas. Para Galás, filha de pais gregos, a fúria é a única resposta adequada aos deuses injustos que governam a vida dos mortais: "Está no espírito grego", ela justifica.
Tanya Tagaq
frusciante
rei
Herança
última
Na verdade eu não sei como iniciar essa carta...ainda estou organizando na mente as sentenças que vou lançar aqui...além do mais devo tomar cuidado para não ser influenciado pelo meu estado repentino de euforia aqui...enfim, vamos iniciar... A conheci de uma forma não muito convencional e até que abomino às vezes de certa forma, pois na maioria das vezes (nesses casos) as pessoas reparam muito mais nos atributos físicos da pessoa ao invés do que de fato elas são feitas...mas eu ainda pude utilizar a desculpa para conhece-la por termos realmente alguém muito especial em comum...a senhorita S. Eu não vou enumerar aqui os nossos gostos em comum: seja por música ou filmes ou arte em geral, porque isso foi apenas um pretexto para que pudéssemos conhecer um pouco melhor sobre nós mesmos...na verdade, de inicio, saber de sua existência serviu como um certo conforto, por ter me dado conta de que não era o único a passar por certas angústias...e realmente temos sim muito em comum (sem soar piegas). Passadas então essas primeiras impressões percebi de fato, que possuímos semelhanças também em nossa forma de enxergar e se relacionar com os seres, sempre pontuadas por alternâncias de pólos, a ponto de descobrir que um contra-balança o outro para evitar excessos...acho que você já percebeu isso...seria esse o conceito que é tão batido por aí de “alma gêmea” ? Eu acho que o que mais me admira em você, e o que também faz parte da minha filosofia de vida, é a melancolia...ela que desperta a nossa sensibilidade, nossa criatividade e consegue fazer com que vomitemos todas as nossas angústias latentes em forma de arte...e eu também descobri que muitas vezes o que pode ser uma terapia também acaba virando uma arma contra nós mesmos...mas para que parar, não? Para sermos almas ocas? Concepções de amor que criamos parece ser tão semelhantes também...de fato poderíamos namorar a nós mesmos e sim, nos achamos perfeitos demais para estar com qualquer pessoa, e rapidamente nos cansamos caso elas não consigam atingir nossas expectativas, mas, apesar de tudo isso, sei bem que nunca gostamos de magoar as pessoas...e na verdade...quem somos nós para querer isso não acha? Se há felicidade no amor? Bem, isso eu não posso responder...eu gosto sim de acreditar nisso, eu acho que no dia que eu parar de acreditar (o que de certa forma vem ocorrendo) irei preferir a morte, pois não me vejo e sei que você também não se vê como um ser frio e racional. Sim, somos loucos. Sim, tínhamos tudo para dar certo mas não demos, e na verdade...qual seria a graça disso tudo? Para sermos medíocres? E nos atermos a coisas que hoje são as que mais me envergonham nessa sociedade por parte de pessoas da nossa idade? Somos e morreremos assim...loucos...seja lá qual for essa loucura que as pessoas tentem nos rotular, pois poucos serão capazes de fato nos entender um dia, e eu não estou disposto a fazer com que ninguém entenda. Apenas não quebre a promessa...estamos nisso juntos...sempre...
Azul
“there’s more to life than this...” (ouve-se ao longe…uma canção...we watched our sad-eyed angel fall)
It’s not over...........
penúltima
Não sei o porquê, mas inconscientemente desde o princípio eu quis tê-la como confidente, havia coisas em você que me despertavam interesse e não era nada que soasse egoísta, simplesmente existiam essências que me atraiam e então decidi me arriscar, como sempre faço em todas as minhas formas de me relacionar com seres humanos, afinal, mesmo às vezes não querendo, eu sei que é necessário se dispor ao suor humano que no meu caso é apenas para me confortar no sentido de não me sentir como o “único a vagar”. No início foi complicado... poderia simplesmente não passar de algo que beirasse o coleguismo (já que fazíamos parte de mesmos círculos sociais e por conveniência poderíamos apenas nos deter a relações formais), mas eu quis mais, porque algo me dizia para continuar e, de fato, dependeria de mim. Aos poucos fui aumentando meu tom de voz, abrindo minhas páginas de vida, elevando minhas expressões, sofrendo uma verdadeira mudança de estado físico da matéria, no início apenas para você, mas como eu estava diante de alguém que a meu ver possuía determinação, responsabilidades, Ética, coragem, isso me fazia tornar forte, para enfrentar o meio externo... sair do casulo, que achei tão cômodo durante 18 anos... Contemplei os prédios, as pessoas, o barulho, os elementos humanos dos mais diversos... nesse mosaico tão complexo que é essa nossa cidade, e praticamente saindo das minhas artérias... eu finquei minha âncora por esse cais e decidi que aqui seria...onde eu buscaria saber mais sobre mim mesmo e do que eu queria de minha existência.... e você quem me trouxe as cargas necessárias para isso. Mesmo assim ainda havia coisas que nos detínhamos a falar ...como nossos sentimentos afetivos com outros seres...nossas fraquezas (que guardávamos para nós mesmos), angústias, carências...lacunas que ainda seriam preenchidas e que criavam um verdadeiro abismo de silêncio ainda em nossos contatos. Então...diante de tantas circunstancias pelas quais tive que enfrentar em últimos meses e de finalmente ter encontrado (ou parcialmente), meu ego...lancei para fora todas as minhas angústias, medos, ansiedades, amores, tristezas, saudades...tudo. E finalmente pude perceber sua confiança de fato...de contemplá-la quase como algo tangível, e a reciprocidade em todos os aspectos se fez... Rimos , choramos , nos confortamos, trocamos palavras e gestos, discutimos, questionamos, aprendemos, erramos, crescemos, construímos, apagamos... Aquela que sempre puxa meus pés para o chão (pois às vezes se faz necessário).
“não se entristeça...por nada que fizer ou deixar de fazer”
Laranja
ainda nas cartas
Quanto tempo desde então hein? Engraçado como sempre conheço de fato as pessoas que adoro hoje em situações ou lugares entediantes...e certamente com você foi o mesmo...lembra da festa? Música inaudível, público deprimente e chuva? Mas lá estava você, sempre comunicativa, sempre fazendo com que tudo que parecesse ridículo se tornasse pelo menos passível a ser engraçado e acabei até trocando inconscientemente quem me havia de fato lhe apresentado...por todo esse seu jeito simpático...que apesar de não ser meu forte é o que me atrai nas pessoas...afinal ninguém gosta de cara azeda não? E tantas coisas engraçadas aconteceram...discussões sobre arte, pessoas, lugares, viagens, alguns passeios pela cidade que tanto odeio mas não consigo viver sem (pelo menos nas horas de recarregar minhas baterias)...e nisso tudo houve até uma certa confusão de sentimentos...pelo simples fato de estarmos mais nos conhecendo exteriormente, do que fato fazia parte de nossa essência...e houve inclusive uma lacuna, lacuna de tempo e de espaço (cujo segundo sempre existiu, mas nunca foi um problema e nesse caso então foi até melhor para que pudéssemos organizar nossas impressões) E graças a fatores cronológicos e geográficos conseguimos nos organizar e tudo voltou a ser como antes...até mais seguro eu diria...as mesmas pseudo-brigas, os conselhos que nem sempre vinham pra aceitar amigavelmente aquilo que era exposto e mesmo com minha teimosia e orgulho de sempre, precisava de fato enfiar os pés pelas mãos só para no final ouvir um “não falei”, e aí sim me confortava...por me surpreender tanto de “a que ponto uma pessoa conhece a outra”; é claro que às vezes existia uns certos excesso de sua parte...coisas bem explicáveis pela astrologia (outro vício que adquiri com você, assim como um certo aguçamento do humor sarcástico). O que sempre me fascinou em você foi a resiliência...não sei se pelo certo racionalismo que você adotou para que fizesse parcialmente parte da sua vida ou se questões astrológicas expliquem... Sua mente também sempre me fascinou, que costuma confundir, atrair, questionar e ser apenas LIVRE. Apenas agradeço os tapas na face, os ouvidos suportáveis, a voz disposta, o abraço firme, os pés “dançáveis”, e a maneira de sempre tentar simplificar as coisas.
2ª
Nossas afinidades foram percebidas quase que de imediato...desde quando decidi ancorar por essas bandas... Nunca brigamos, nunca nos contradizemos, parece-me..ou melhor...tenho toda a certeza de que nossas conexões sempre foram algo que beirava o perfeito, o belo, pois mesmo todos esses meses que nos deixaram afastados, nem sequer inibiu todo o incêndio que já havia sido alastrado; foi apenas um período para que voltássemos fortes, vencêssemos nossos obstáculos (que foram tão bem discutidos de forma recíproca por nós)... Um período em que pudemos conhecer melhor sobre nós mesmos, de finalmente termos encontrado nossa identidade. E vieram tão bons momentos...que não eram mais regados de silêncios ou de receios, estávamos livres, seguros, para enfrentar, questionar, correr, rir, viver... Nem importa quais sejam nossas teorias sobre existencialismo, o que eu tenho certeza é de que tudo isso será eterno, seja lá qual for essa eternidade que tomaremos por convenção...porque você me faz enxergar coisas que meio que se perdem nas minhas concepções de vida...como a esperança por exemplo, ou até mesmo a vontade de buscar viver intensamente, de evitar arrependimentos e de sorrir mais... Tantos verbos aqui na primeira do plural...mas isso só porque todo esse sentimento não é algo individual..meu...que eu sei, é algo nosso, que vivenciamos juntos...a beleza...que vai mais além dos nossos moldes físicos...atinge algo maior...não só o de possuir, mas também o de ser...belo...
Vermelho
“he believes in a beauty....”
1ª carta
Sempre me perguntava das vezes que nos esbarravamos em nossos compromissos corriqueiros se um dia de fato me importaria com você...parecíamos ser tão diferentes e até existia um certo ar de antipatia mútua..culpa da timidez como sempre. E quem diria também que foram esses mesmos compromissos que nos faziam criar um campo de repulsa também ajudariam para que conhecessemos um pouco mais sobre a natureza um do outro...suas impressões sobre mim você já fez questão de declarar, e isso é o que me admira em você (além de outras coisas), o simples fato de não ter vergonha de elogiar alguém que gosta; portanto agora é minha vez... Me surpreendi quando a reencontrei (digo em diálogos) depois de dois anos naquelas loucuras de letras e números numa sala da serra....lembra? E mais uma vez em uma sala...só que dessa vez nas planícies de mangue, nas terras de engenho...mais fortes do que nunca, seguros de si, como não estávamos naquele contato inicial. Você estava forte, decidida, feliz e MÃE. E aos poucos fomos mais e mais estreitando nossas relações, trocando nossas impressões sobre o mundo, sobre as pessoas e coisas e nas formas de nos relacionarmos com elas, e sempre envolvidos pela sua intensidade de alegria, de simplesmente me fazer sorrir várias vezes e de me deixar livre para que pudesse me externar com você. Sei também que nem tudo para você é fácil, mas sei também que possui escudos e armas para que cada vez mais possa sair de tudo isso ilesa e que mesmo assim você não perde aquilo que a torna única...ser alegre...e contagiar os que ama....
Amarelo
“mother heroic, mother glorious...beholding in thy eye…immortal tears”
inércia
E se pensar em reconstruir e refazer teorias?
Em queimar livros?
Em reciclar cadernos?
Em atear cinzas nas ruas?
E se quiser começar rebeliões?
Questionar pessoas?
Oferecer idéias?
REUNIR?
UNIR?
Nem sei...isso cansa...a cama está tão confortável...
incidente no sul
De como me fartaria emocionalmente;
No ônibus empurrado;
Na avenida dos prazeres;
Me encontrar em louvor;
Vendo cada vitrine;
se espatifar, se partir;
e no lugar; crescessem mangabas;
ouvissem guitarras e estrelas;
do que não vejo e não sinto;
de onde escolhi para viver;
o Mar.
Misa criolla (texto antigo)
will oldham e o folk
Lhasa de Sela
foi assim que ele pensou...
Descobriu-se algo maior que isso;
Viveria mil primaveras;
Sofreria todas as perdas;
Havia uma missão;
Carregava a cruz da morte;
Porém tinha alma humana;
Percebeu o amor, mas tinha que matar;
Não o fez, não podia, pois amava;
Havia o risco de entregar sua imortalidade;
Mas como todos os humanos se enganam;
Percebeu que tinha se enganado;
Viu que não era aceito;
E decidiu continuar sua missão;
Decidiu enfrentar o amor, usando o amor;
Para que só então;
Pudesse despertar esse sentimento de verdade...
I parte
oui
nancy....
sobre gotham lullaby (música da meredith monk)
desabafo
2: nada...coisas
1: que coisas?
2: não estou a fim de falar, quer dizer até estaria se estivesse num lugar mais tranquilo em que pudesse encontrar uma superficie pra me deitar e começar a falar.
1: um divã?
2: não é necessário tanto.
1: hmmm, é..por aqui fica mesmo dificil, com essas cadeiras nem um pouco aconchegantes.
2: você viu? o casal de alternativos?
1: vi sim. tomara que eles gostem do bar.
2: estou com um pouco de medo aqui...um deserto...essas ruas que já foram tão festivas...
1: não se preocupe, no raio em que estamos existe segurança.
2: é.....
1: mas então, não vai querer falar?
2: pode até ser...mas não estou a fim de ser objetivo.
1: você sempre gosta de usar metáforas hein? porque ao invés de falar que o chão da sua casa é de madeira, você fala "o lustrado jacarandá...ou qualquer outra árvore atlântica"....a minha praticidade não suporta tanta poética...
2: você quer mesmo me ouvir?
1: caso suporte...
2: pois bem...lá vai
1: comece...
2: existe um fato...algo concreto, palpável, tangível..certo?
1: certo? não sei....pra você é certo mesmo?
2: sim!
1: então tá certo.
2: pois então...se é algo forte, concreto, que pulsa...porque às vezes me parece que está abaixo de outra coisa?
1: como assim?
2: me parece que às vezes é algo real sim...porque sinto, mas que é camuflado...maquiado, omitido...e isso pelo próprio agente que mantem essa coisa viva....
1: hmmm estranho....
2: só isso que você tem a dizer?
1: você não me parece ser claro....
2: ser for claro demais eu serei explícito....
1: ah....você é quem sabe então....
2: às vezes eu queria que o mundo ouvisse...todos os ventos...que a mensagem se espalhasse mesmo, é meio insano mas tudo bem...são desejos que se esvaem logo
1: não exagere...
2: é mesmo, não devo, exagerei mesmo
1:então...
2: fazendo uma analogia ao casamento....
1: hmm acho que assim vou entender melhor....vá lá...
2: pois bem....nesse caso (falando em casamento) me sinto como o amante...
1: hmm...captei já
2: é.... eu sei que não é, mas é como se quase acabasse sendo...ai ai, deixa eu pegar os discos de umas moças de fora (azure ray), vou pensar na vida...
1: vá e boas reflexões....mas você sabe...que você tem toda a estima desse agente que faz isso se tornar real.
2: eu sei disso...tenho absoluta certeza...mas às vezes eu sinto falta........
quintas
Pegou a caixa de luzes, jogou com ar de desprezo as notas, lamentou por fim a perda dos quadros e saiu apressado. Mas quantas ruas parecidas? estreitas, cheias de casebres velhos e belos, a seu modo. Desejou que nunca fossem derrubados, que permanecessem tal como estavam: "que graça haveria se perder entre edifícios?" pensava. Por fim achou o corredor, largo e longo, que ligava duas partes da cidade e recebia toda a afluência daquelas ruas estreitas. Um verdadeiro mosaico, de pedras com cores diversas e formas mais absurdas já imaginadas, constatou.
Dentre seus longos passos, tomou o outro lado e em disparada correu para a casa santa, que para ele nada mais se tratava que uma bela construção neo-clássica que...assim como tudo de época que ele havia constatado nessa viagem, deveria ser preservado.
Devo sentar-me? ora, mas isso aqui não foi edificado também para encontros? espionagem, segredos cochichados, conspirações? e a missa estava por começar...chamou-a e apenas ao ouvir um sim levantou-se do banco e com ar de respeito deixou o recinto.
O coração disparava e batia acompanhado do badalar do sino que aumentava à medida que se afastava do templo, naquele calor tropical e multidões apressadas ele cruzava com vultos, de tempos em que tanto refletia sobre a vida, de tanto que se buscava respostas e de tanto sal que atirava...pobre cordeiro de deus.
Por fim parou em frente ao palco e criando sua própria peça esperou...e então, numa quase desarmonia indiana escolheu os vegetais para o almoço e selou as pendências da última semana, com a ciência dos erros, da dependência e da fraqueza...um medo de ter que arrancar as âncoras e voltar pros montes...e então pensou "não se quebra, mas podemos andar lado a lado, com nossos próprios pés"
quarta-feira, agosto 16, 2006
new hairdress

Ao cortar a grama estava disposto a simplesmente engavetar emoções...vamos lá, tudo bem ralinho que nem pasto, até o horizonte se via. Junto com a massa verde arrancada estavam fora as angústias e emoções de plástico (a meu ver). E assim nublado seria o céu sobre os pampas. (...) Mas quão teimoso é ele, que com seus braços fotossintetizam tudo e invade sem pedir licença as raízes-artérias da tão já minguada e conformada grama. Assim, no seu levantar diurno, amarelo que abre bocas, escancara as portas e deixa a grama crescer, mas não como antes e sim com nova cor e forma que ela (a grama) tratou de arriscar. (...) Também existem os ventos que não ameaçam e sim empurram a grama na medida em que ele (o sol) se move, permitindo que ela viaje sempre em presença dos raios e não se perca das suas raízes.
sexta-feira, agosto 11, 2006
a minha evocação da farsa mascate

A cidade mosaico que se redesenha em minha massa cinza, que a confunde e joga uma série de enigmas, que se decifram a medida que descubro a vida.
Eu sinto cada vez mais repulsa e uma paixão brutal, carnal por essa cidade podre, fétida, falsa.
Ela é o contraste.
A síntese, a antítese, que forma a nova tese...as teorias mutáveis que vou adotando e doutrinando pelo vento; em forma de sons e de concreto, onde posso me moldar...antes que as chuvas tropicais possam estragar a forma, dissolvê-la como papel...que tanto levo tempo para construir...por olhares, bocas e pés.
É o Recife sem frevo, sem tambores, sem farinha e sem frescura.
O Recife do meu jeito, só como quero...pois tão volúvel que é...a consigo talhar com meus ossos e grito...do alto da torre: "Recife, festejo dos demônios e das moiras que me atormentam", te odeio tanto que te devoro, te cozinho e te sirvo, para auto satisfação de um ego.
I
nem sinal
nem sinos
nem sonhos
nem sina
nem seita
nem sexo
nem sempre
que me fizesse reagir.
normalidade que me sufoca
e cega
e faz perder
sinestesias.
conto corriqueiro
Havia cansado de onde se podia ouvir as fontes...desejou prédios, concreto, cinzas, tráficos, luzes...que fosse frio...mas à caráter.
Os impactos se iniciaram, encontrou-se em situações no mínimo estranhas, destoava de tudo, custou virar mais um adorno de pedra.
Pois quem diria, agora se achava com boas feições...nada digno de um narciso...mas o alimentava saudavelmente e buscou a ludicidade e ora...portanto encontrou o que nunca achava (e nem mesmo sabia) que precisaria achar um dia. Agora se diz bem, rindo feito tolo e escrevendo ininterruptamente. Quem diria? quem dirá? e quem diz?
brigada
bela parnase
toques harmônicos
brilho estético
fonias audíveis...
QUE NADA !
mau gosto...
salvação da mesmice
dilema
existe
variáveis
não se sabe
elísios? não
que fazer?
abdicar?
ser curto e grosso
ou se aventurar?
é certeza, não negue
colar:
santa luzia? gertrudes ou de cássia?
mercados
bolas
transa
choques
missas
filos?
santos são frágeis:
nascem manchados e os glorificam depois;
escolho uma deusa
divina e diabólica
radiante e infeliz
terrível e magnifica,
música
quinta-feira, agosto 10, 2006
seus traços...e a letra (que adaptei para nós)
eu posso...

hoje quero ser brega...que joguem tomates em mim na rua, que digam que sou pedra-monstro, mas hoje sim a breguice que se jogue nos meus poros. quero ser brega para dizer que a amo...sei nem em que nível ou situação, a amo apenas tomando como referência a liberdade que tomamos para se atribuir um grau a essa palavra. e ainda hoje enxergo...ah, nossos pés, e o barulho das folhas amarelas, ahh um tempero que não é brasil...um som que não é de todo feio...só a - me (vejo), e digo (sorte) à outra...por tê-la também como pedra (pedra azul - lápis lazuli), a outra não mais me tem, mas tem a ela.... coisas de vida (diz a avó). ela-eu, estamos nessa, de tudo, de nada, obrigado, lançando nossas artes sem planilhas, sem cronogramas, mortos de fome, esfarrapados, mas livres...loucos, o asco, o que deve ser eliminado (cristo...matai-vos). mas quando a vejo, os risos se juntam, a alma se aperta, os dedos ficam frios, de uma frieza mesmo de mar..um mar sem sal, com nostalgias de coisas nem mesmo vividas (assim que podemos lembrar, sabe?) e ainda consigo lembrar muitas coisas..."um mar de amor" pronto, já posso levá-la comigo e assim vamos ser...incompreendidos, até por aqueles que falaram nos amar um dia... e grito e corto e rasgo, tudo, todos, mas ela...ah ela, sempre fica, pois somos assim mesmo...serenos...tão simples, que tornamos complicados.
(na imagem: ela "que mais parece seus traços" e eu "que tão trapo assim sou visto pelos bichos")
segunda-feira, julho 31, 2006
na terra do sol do pavimento
ele: doutor, estou com cólicas sucessivas, um aperto, parece que as tripas se enrolam, parece que abrem minha barriga no meio e começam a brincar com o intestino, e sempre quero vomitar e não consigo...será gases doutor? mas passei dos limites com remédios do pai que resolvem isso e até agora nada...
doutor: melhor fazer uma endoscopia.
ele: o exame dque deixa você leso?
doutor: aqui estão os documentos necessários, e não se aborreça com o plano de saúde, pois você acaba em maus planos.
(na outra aurora)
doutor: seu caso mesmo é de uma gastrite moderada.
ele: moderada, então é fraca.
doutor: já é, como se chama no interior, carne-viva
ele: então o problema mesmo é no estômago?
doutor: sim, mas se não cuidar, se alastra pelo aparelho digestivo.
ele: me falaram de uma tal bactéria...
doutor: mas no seu caso ela não se manifestou...me diga uma coisa...como anda a vida
ele: (quer mesmo que eu responda?) em que sentido o senhor pergunta?
doutor: anda de bem com a vida? amigos? estudos? trabalho? vida amorosa?
ele: (sei responder não) - pausa - "normal" (disse sem gosto, insosso)
doutor: faça exercício, tome esse papel, não coma o que é proibido e saiba deitar na cama.
ele: (médicos hoje só querem encher fila mesmo) ok doutor, obrigado.
miserável, pra tentar curar feridinha de nada numa víscera inútil, mexe em feridas mais profundas...e agora? pra isso não tem desse remédio que se eu for nessa tal farmácia sai mais em conta. vou deixar de comer, vou voltar ao tédio de academia, mas e aí? se a alma anda cansada e luxenta não há saúde de monge que resolva. e eu que achei que fosse uma glândula perto do pâncreas que mexia com os sentimentos.... só falta agora cair uma chuva para adicionar a essa dor dos infernos...nunca quis tanto como hoje vomitar, os meus anseios, angústias, o estar só de minha pessoa, mas ele reprime, segura e toma as dores para si, e remoi, corroendo, destruindo, sendo mais potente que qualquer neurotransmissor...vou tomar um café, não quero saber!
prometo que é a última vez
pois bem, depois de todo esse discurso, vamos às palavras, que já latejam na minha cabeça como um aneurisma...
sexta-feira, julho 28, 2006
eu tenho medo da censura o.O

Ocidentalismos à parte, mais um filme do Almodóvar que gostei, aliás, não lembro dos que eu vi de não ter gostado de algum...preciso também vasculhar melhor a trilha do filme e ainda há muito desse espanhol para ser visto, mas deixemos que os filmes batam na minha porta ;)
(ah sim, a capa original tem mesmo conotação sexual, o correto são dois corpos colados e unidos por...algo)!!!
é...
Ouvimos cantar todas as fontes
E na solidão dos velhos montes
Beijamos as águas dos ribeiros
Mas de tudo já esqueceste
Neste mundo tudo muda
Agora estou triste e sozinho
Nesta cidade escura e fria
Onde a vida é uma agonia
Minha vida
Vida
guardei
quinta-feira, julho 27, 2006
definitivamente....
ainda bem que não tem ninguém por perto agora pra não se encher com todo esse mel
e ainda ouvindo canções bregas em japonês...
:)
eu quero...
e se....
que cenário teria criado?
se nunca pensasse em encarar a cidade?
acho que um dia ainda me encontro com o outro "eu"
e vamos conversar por horas, dividir nossas histórias
e nos enxergar em nossas almas
(baseado nos pensamentos de um personagem com frustrações de escolhas feitas em sua vida num período de 10 anos)
só para constar por aqui
não cava
terça-feira, julho 25, 2006
diálogos
pa: o que?
di: a música..eu sei que mesmo se eu estiver na merda mais fedida ela sempre vai estar comigo tentando dar algum conforto
pa: é mesmo
di: e eu sempre senti isso, na verdade é o que sempre vou acabar acreditando
pa: hmmmm
(na minha mente)
di: quem sabe...mas mesmo que não...eu sei que eles (os trovadores) vão sempre irritar meus ouvidos e o resto todo.
(o id falando)
id: tu não sabe? frustrado...é...o que você mais quer em vida...
não escrevo poesias
acredito apenas em uma coisa...não existem regras para escrever, para mim é tudo pessoal demais, é o mesmo que se ensinar a por qual dos dois lados deve-se tomar como primeiro ao se vestir uma camisa...pois bem, eu escrevo, vocês escrevem e cada um atribui valores de importância ao que é produzido, escrito, vomitado......
terça-feira, julho 18, 2006
eu imaginei uma festa de loser dia desses e deu nisso:
groove groove groove
It's Henry Lee y las Moiras
cha cha cha
Yma Sumac comanda a festa
e a Sophie recepciona
e no fim da tarde do diavinteecincodedezembro
sábado - RA - vinho - gelo - ponte - jogar
momentos que partilhei com uma pessoa, a pessoa, que acompanhou os meus processos e retrocessos
hey you, yeah you...welcome to the depths parts of the world
sexta-feira, julho 14, 2006
Le Petit Chevalier
with the sky up above my eyes
I cannot be scared
I am the little knight
with the earth down below my feet
I shall visit you
I shall visit you
quinta-feira, julho 13, 2006
conversa no ano novo
di: é tão simples, a cada mês guardo algo significativo pra mim, e depois antes de meia hora pra q o ano acabe, queimo com caixa e tudo.
pi: mas são coisas q deveriam ser guardadas.
di: estão mto bem guardadas em minha consciência, onde ninguém vai mexer.
pi: mas até aquela coisa cara q vc teve?
di: pra mim tudo aqui não tem preço.
pi: já tem algo pra janeiro?
di: ainda não, talvez um doce q ganhei mas acabou
tive fé
do corredor até a sala foram dois cigarros acesos sucessivamente enquanto a fumaça ofuscava a luz amarela do recinto vazio.
os pés quebrados e também sujos iam se arrastando fazendo um barulho irritante que rachou um dos copos verdes guardados na cristaleira velha.
a sala sim que parecia ter uma distância absurda e uma duração de chegada entediante.
ela sacou o encardido batom do bolso e pintou a cara, de baixo a cima, cor de carmim.
os olhos já doíam e o nariz tentava captar filas de ar.
e se arrastava, até que antes que caisse morta no chão alcançou a sala.
foi tudo bem breve.
pegou a taça de conhaque,
molhou a boca,
apagou os cigarros na parede vermelha e nova, e se dirigiu ao pé da janela
olhou para a lua mais uma vez que agora não mais brilhava em sua cara como antes
balbuciou as três palavras que achava que um dia poderia tê-las dito com toda a certeza do mundo
e se atirou ao nada.
terça-feira, julho 11, 2006
eu odeio
ei
vamos rasgar as flores
e levar tudo que é nosso?
dividir?
espaço nosso
sem guarda
sem estátua
casa boa
lá no poço?
vamo?
segunda-feira, julho 10, 2006
sobre irmãs no coletivo
elas perderam a partida...
não há segunda chance...
meu mundo as extirpou...
a verdade levantou bandeira
que balança nas minhas artérias.
Não sei se sou cético...
apenas não quero dividir meu espaço com noviças
sou filho de Deus também
logo,
bem o que quiser...eu realizo
sinestesias de seio
a pele - a romã turca
os olhos - mar sereno
ouvidos - caverna ilusória
a boca - rio inquieto
o nariz - monte perdido
do resto não se sabe
e nem importa...
grama, fruto, água, eco, margem, topo
e as mães
que descem ladeiras
com seus imensos pacotes
que pesam cada vez mais
e machucam pés e veias
e ainda há o que se andar,
sempre há.
Até que sequem, caiam
evaporem-se
dissolvam-se, estreitem-se, nivelem-se
restando lembraças em arquivos
de óbito e cardíacos.